sábado, 5 de junho de 2010

VOLVER - un film de Almodóvar


Assisti a esse filme de Almodóvar com a sensação de que veria uma história que começaria sem pé nem cabeça e terminaria por explicar de maneira mais surpreendente. Por tudo que escutei sobre os filmes desse diretor (muito bom) em sala de aula. Achei que esse filme foi feito com extrema simplicidade, pelo menos em comparação aos outros, tanto pela simplicidade com que Almodóvar dirigiu e tanto pelos personagens que ao tratarem de uma história triste e dramática conseguem dar um certo toque cômico.

O universo feminino é extremamente destacado e tratado com respeito nesse filme, que conta a história de uma mãe que "depois de morta" volta a cena para consertar os estragos feitos à vida das filhas e neta.

Com elenco basicamente feminino, Penélope Cruz com uma atuação excelente consegue passar "na pele" a relação entre uma mulher que foi estuprada pelo próprio pai quando menina (por isso a raiva com relação à sua mãe), e teve em sua filha, o mesmo problema dentro da própria casa, porém resultou na morte do marido pela filha. Um filme que trata com certa leveza temas extremamente pesados, e que acontecem na sociedade.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

MAM - Museu de Arte Moderna


Na última quarta-feira 02/06/2010, estive no MAM (museu de arte moderna) localizado na Avenida Contorno, Solar do unhão (1966), porém inicialmente no Teatro Castro Alvex(1959) . Criado em 1959 com intenção de inserir Salvador no rumo da Arte Moderna, o MAM exerce importante papel cultural e artístico, com a sua infinidade de cursos e oficinas gratuitas. Fiquei impressionado com o estado de conservação e com a paisagem natural que beira o museu, com certeza aproveitado como ponto turístico da nossa cidade.
Além de bela estrutura física o museu apresenta diversos cursos como: pintura, modelagem, desenho, cerâmica entre outros e o melhor, todos eles gratuitos. Oficinas e projetos sociais também fazem parte da programação do MAM com intuito de aproximar a cultura das comunidades locais e arredores.

Presenciei nesta visita duas exposições, uma delas foi a amostra "Êxtase" do pintor, escultor, desenhista e performer Marco Paulo Rolla.

A segunda foi "Luanda, Suave e Frenética 2" projeto da Fundação Sindika Dokolo em parceria com o Governo da Provínciade Luanda e o nosso governo através da IPAC, DIMUS, SECULT, e MAN-BA. Essa amostra que contém: vídeos, fotografias, instalações, documentários, pinturas e arquitetura.
Apresenta a cidade de Luanda em seus aspectos: sócio-políticos, culturais, históricos, etc.

Imagens do MAM e da amostra "Luanda, Suave e Frenética 2"

terça-feira, 1 de junho de 2010

B O D Y ART


BODY ART OU ARTE DO CORPO

Definição -

A body art, ou arte do corpo, designa uma vertente da arte contemporânea que toma o corpo como meio de expressão e/ou matéria para a realização dos trabalhos, associando-se freqüentemente a happenings e performances. Não se trata de produzir novas representações sobre o corpo - encontráveis no decorrer de toda a história da arte -, mas de tomar o corpo como suporte para realizar intervenções, de modo geral, associadas à violência, à dor e ao esforço físico. Pode ser citado, por exemplo, entre muitos outros, o Rubbing Piece, 1970, encenado em Nova York, por Vito Acconci (1940), em que o artista esfrega o próprio braço até produzir uma ferida. O sangue, o suor, o esperma, a saliva e outros fluidos corpóreos mobilizados nos trabalhos interpelam a materialidade do corpo, que se apresenta como suporte para cenas e gestos que tomam por vezes a forma de rituais e sacrifícios. Tatuagens, ferimentos, atos repetidos, deformações, escarificações, travestimentos são feitos ora em local privado (e divulgados por meio de filmes ou fotografias), ora em público, o que indica o caráter freqüentemente teatral da arte do corpo. Bruce Nauman (1941) exprime o espírito motivador dos trabalhos, quando afirma, em 1970: "Quero usar o meu corpo como material e manipulá-lo".

As experiências realizadas pela body art devem ser compreendidas como uma vertente da arte contemporânea em oposição a um mercado internacionalizado e técnico e também relacionado a novos atores sociais (negros, mulheres, homossexuais e outros). A partir da década de 1960, sobretudo com o advento da arte pop e do minimalismo, são muito questionados os enquadramentos sociais e artísticos da arte moderna, tornando-se impossível, desde então, pensar a arte apenas com categorias como pintura ou escultura. As novas orientações artísticas, apesar de distintas, partilham um espírito comum: são, cada qual a seu modo, tentativas de dirigir a arte às coisas do mundo, à natureza, à realidade urbana e ao mundo da tecnologia. As obras articulam diferentes linguagens - dança, música, pintura, teatro, escultura, literatura etc. -, desafiando as classificações habituais, colocando em questão o caráter das representações artísticas e a própria definição de arte. As relações entre arte e vida cotidiana, o rompimento das barreiras entre arte e não-arte, e a importância decisiva do espectador como parte integrante do trabalho constituem pontos centrais para parte considerável das vertentes contemporâneas: arte ambiente, arte pública, arte processual, arte conceitual, earthwork, etc.

A body art filia-se a uma subjetividade romântica, que coloca o acento no artista: sua personalidade, biografia e ato criador. Retoma também as experiências pioneiras dos surrealistas e dadaístas de uso do corpo do artista como matéria da obra. Reedita ainda certas práticas utilizadas por sociedades "primitivas", como pinturas corporais, tatuagens e inscrições diversas sobre o corpo. O teatro dos anos 1960 - o Teatro Nô japonês, o Teatro da Crueldade, de Antonin Artaud (1896-1948), o Living Theatre, fundado por Julian Beck e Judith Malina em 1947, o Teatro Pobre de Grotowsky (1933), além das performances - constitui outra fonte de inspiração para a body art.

A revalorização do behaviorismo nos Estados Unidos, e das teorias que se detêm sobre o comportamento, assim como o impacto causado pelo movimento Fluxus e pela obra de Joseph Beuys (1921-1986), nos anos 1960 e 1970, devem ser considerados para a compreensão do contexto de surgimento da body art.
Alusões à corporeidade e à sensualidade se fazem presentes nas obras pós-minimalistas de Eva Hesse (1936-1970), que colocam a sua ênfase em materiais de modo geral não-rígidos. O corpo sugerido em diversas de suas obras - Hang up (1965/1966) e Ishtar (1965) por exemplo -, assume o primeiro plano na interior da body art, quando sensualidade e erotismo são descartados pela exposição crua de órgãos e atos sexuais. As performances de Vito Acconci são emblemáticas. Em Trappings (1971), o artista leva horas vestindo o seu pênis com roupas de bonecas e conversando com ele. "Trata-se de dividir-me em dois", afirma Acconci, "tornando o meu pênis um ser separado, outra pessoa". Em Seedbed (1970), o artista masturba-se ininterruptamente. Denis Oppenheim (1938) submete o corpo a partir de outras experiências. Sun Burn (1970), por exemplo, consiste na imagem no artista exposto ao sol coberto com um livro, em cuja capa lê-se: "Tacties". Air Pressures (1971), por sua vez, joga com as deformações impostas ao corpo quando exposto à forte corrente de ar comprimido. Chris Burden (1946) corta-se, com caco de vidro, em Transfixed. Na Europa, tem lugar uma vertente sadomasoquista do movimento em artistas como Rebecca Horn (1944), Gina Pane (1939-1990) e com o grupo de Viena, o Actionismus, que reúne Arnulf Rainer (1929), Hermann Nitsch (1938), Günter Brus (1938) e Rudolf Schwarzkogler (1940-1969). Este último, suicida-se, com 29 anos, diante do público, numa performance. Queimaduras, sodomizações, ferimentos e, no limite, a morte, tomam a cena principal nessa linhagem da body art. No Brasil, parece difícil localizar trabalhos e artistas que se acomodem com tranqüilidade sob o rótulo. De qualquer modo, é possível lembrar as obras de Lygia Clark (1920-1988) que se debruçam sobre experiências sensoriais e tácteis, como A Casa é o Corpo (1968) e alguns trabalhos de Antonio Manuel (1947) e Hudinilson Jr. (1957).

IMAGEM - ARTISTAS FAMOSOS DE BODY ART (Stelarc, Orlan, Yves Klein, Gina Pane, etc.)